Os ministros dos países do G7 concordaram hoje em acabar com o uso de usinas de energia a carvão até 2035. No entanto, o acordo possui diversas brechas para permitir que países que dependem fortemente do carvão ultrapassem o prazo.

Após dois dias de discussões em Turim, na Itália, os ministros estabeleceram um compromisso de “eliminar a geração existente de energia a carvão não mitigada em nossos sistemas de energia durante a primeira metade dos anos 2030″ para conter o aumento das emissões globais de gases de efeito estufa.

O documento se refere ao carvão não mitigado, ou seja, aqueles que não possuem compensação ambiental. Esse fator abre espaço para que os países continuem queimando carvão para gerar eletricidade se as usinas de energia forem equipadas com tecnologia de captura de carbono para impedir que as emissões entrem na atmosfera.

Além disso, permite margem de manobra para países fortemente dependentes do carvão, como Japão e Alemanha, oferecendo a opção de “um cronograma consistente com a manutenção de um limite de 1,5°C” de aquecimento global acima dos níveis pré-industriais.

Apesar das brechas, o acordo marca uma ação climática importante para os países do G7, composto pelo Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, França, Itália e Japão, que até então não tinham conseguido chegar a um consenso sobre a eliminação do carvão após vários anos de negociações.

“É a primeira vez que um caminho e uma meta foram estabelecidos em relação ao carvão. É um sinal muito forte dos países industrializados e um grande sinal para o mundo para reduzir o carvão”, afirmou o ministro italiano Gilberto Pichetto Fratin, que
presidiu a reunião.

Por Valor Econômico.
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