Siemens se junta às consultorias Arcadis e Clean Energy Latin America para promover soluções a companhias que queiram desenvolver projetos.
A alemã Siemens se juntou às consultorias Arcadis e Clean Energy Latin America (CELA) para promover soluções a empresas que queiram desenvolver projetos em transição energética. Atendendo demandas desde a viabilidade financeira, captação de recursos até a infraestrutura e softwares, as companhias pretendem dar suporte a iniciativas voltadas para frentes como hidrogênio verde e outras energias limpas.
A parceria começou em julho e tem como primeiro projeto uma iniciativa de hidrogênio verde. O objetivo é que as três companhias participem de todo o desenho dos projetos para os clientes, da primeira à última etapa, disseram os executivos da Siemens, Arcadis e CELA ao Valor.
“Existe uma complementaridade nos enfoques de cada empresa, desde o surgimento do projeto até o fornecimento de tecnologias”, disse Fábio Koga, diretor de eletrificação e automação da Siemens. Na visão do executivo, o formato é inédito: “A Siemens participa de várias discussões de projetos grandes no exterior que tem uma escala de cerca de 10% do que estamos discutindo dentro dessa parceria em complexos de hidrogênio verde, por exemplo. O potencial brasileiro em relação à disponibilidade de recursos renováveis é maior do que se tentarmos fazer uma unidade equivalente na
Europa.”
Alguns projetos focados em transição energética enfrentam entraves no Brasil. O hidrogênio de baixa emissão não tinha regulação própria até 2 de agosto, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o marco legal.
A parceria busca especialmente clientes de setores que têm dificuldade de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, como mineração, transporte e data center, que consome grande volume de energia.
Em 2023, a Siemens investiu globalmente € 6,2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, o equivalente a 8% do faturamento da companhia: “Isso mostra o empenho em estar à frente de projetos inovadores. Os clientes vão se beneficiar desses investimentos”, diz Koga. Os valores pagos pelos clientes que contratam as soluções podem variar a depender da dimensão do projeto e dos objetivos. Um projeto de hidrogênio verde, por exemplo, pode estar na faixa de US$ 1 bilhão a US$ 5 bilhões.
A butique de investimentos CELA, que presta assessoria financeira e consultoria estratégica a empresas e investidores em transição energética na América Latina, atua mais na criação do projeto, avaliando se existe viabilidade financeira e na tomada de decisão do investimento, além de auxiliar na captação de recursos. “Existe um potencial de expandir a produção de energia renovável para descarbonizar setores industriais”, disse Camila Ramos, presidente da CELA. “O setor de fertilizantes é um exemplo de demanda, uma vez que o Brasil importa a maior parte do que consome. O Brasil tem um diferencial na transição energética como um todo pelo
potencial de geração.”
Karin Formigoni, diretora-presidente da holandesa Arcadis, afirma que a parte da consultoria dentro do projeto é o desenvolvimento, como etapas relacionadas a licenciamento ambiental e sustentabilidade. “De maneira conjunta, conseguimos oferecer uma solução completa para o cliente”, disse. “Alguns dos clientes que atuam no Brasil têm operações fora, então existe o potencial de apoiarmos projetos em outras localidades.”
Por Valor Econômico.
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/08/13/transicao-energetica-une-empresas-de-diferentes-setores.ghtml