Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um cenário ideal seria a criação de um programa de capacitação tecnológica (Procap), que viabilizou projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para exploração de petróleo no mar a profundidades maiores de 400 metros.
A Petrobras vê espaço para a criação de um plano de desenvolvimento de tecnologias e inovação para energias renováveis, nos moldes do que foi realizado na década de 1980 para a exploração de águas profundas. Segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um cenário ideal seria a criação de um programa de capacitação tecnológica (Procap), que viabilizou projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para exploração de petróleo no mar a profundidades maiores de 400 metros.
Prates salientou que não há nenhum plano específico para renováveis em curso na companhia, mas o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) tem várias iniciativas voltadas para energias
verdes, o que incluem parcerias com outros institutos de pesquisa e centros de excelência.
“Quando se monta uma nova diretoria, para escrever um novo capítulo [como é a entrada na transição energética], isso inclui pesquisa e desenvolvimento para projetos que vão ser iniciados do zero ou que estão em andamento”, disse Prates.
Um dos exemplos de parcerias é o acordo firmado com a fabricante de aerogeradores Weg, para o desenvolvimento de uma turbina eólica terrestre (onshore) com potência instalada de 7 MW.
Nesse contexto, uma ideia seria uma eventual incorporação do Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (Cepel) ao Cenpes, centro de pesquisas da Petrobras. Ambos localizam-se na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. O Cepel é mantido pela Eletrobras, mas com a privatização, o centro de pesquisas está sob incertezas.
Por exigências da lei que definiu diretrizes da privatização, a Eletrobras é mantenedora do Cepel por um período. Havia a possibilidade de o Cepel migrar para a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), mas a iniciativa não prosperou.
Prates salientou que um eventual plano de incorporação do centro de pesquisas não passa ainda de uma ideia que considera viável, dado o fato de a empresa estar com planos de investimento em energias renováveis.
“Você tem um centro de excelência que ficou órfão e outro, ao lado, que é o maior da América Latina e que está fazendo a transição energética”, disse o executivo, em entrevista coletiva, após reuniões paralelas ao Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, Texas.
Na coletiva, o diretor de engenharia, tecnologias e inovação da petroleira, Carlos Travassos, afirmou que o Cenpes possui 17 iniciativas tecnológicas em andamento, que incluem hidrogênio verde, captura e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês), energia solar, eólicas marinhas (offshore) e biocombustíveis, entre outras.
Além disso, o Cenpes e o Cepel possuem parceria de colaboração e que há espaço para ampliar as colaborações. “Temos US$ 3,6 bilhões associados à P&D e em 2028, cerca de 30% desse valor será destinado para novas energias e descarbonização”, salientou Travassos.
Na segunda-feira (6), Prates afirmou em um painel da OTC: “Não só é muito importante manter as amostras e a mentalidade de inovação como a raiz disso que meu sonho agora é provavelmente seguir em frente com o governo e incorporar o Cepel. Não é um anúncio.”
Por Valor Econômico.
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/05/07/petrobras-v-espao-para-desenvolver-plano-de-tecnologias-e-inovao-para-energias-renovveis.ghtml