“Os outros países estão explorando e o Brasil está ficando para trás”, afirmou o ministro de Minas e Energia
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), defendeu nesta segunda-feira (27) a exploração de petróleo na Margem Equatorial. O Ibama negou há cerca de um ano a licença para a Petrobras perfurar um poço na bacia Foz do Amazonas.
“O que estamos discutindo não é na Foz do Amazonas, está a 500 quilômetros de distância. Enquanto estamos discutindo a Margem Equatorial, os nossos irmãos da Guiana estão chupando de canudinho as riquezas do Brasil, estão explorando na divisa, em um bloco adquirido no governo Dilma. Não podemos desrespeitar contratos. É direito do povo brasileiro conhecer suas riquezas”, afirmou o ministro.
O ministro também disse ser contra “dogmas” de setores que “atrapalham o desenvolvimento nacional”. “Os outros países estão explorando e o Brasil está ficando para trás. Os países ricos querem que continuemos a ser colônias. Tenho
respeito pela ministra [do Meio Ambiente] Marina Silva, mas não podemos ficar em dogmas e não respeitar o bom debate. Não podemos ficar em ‘acho que não respeita o meio ambiente'”, afirmou Silveira.
Silveira também defendeu a exploração de petróleo na bacia do rio São Francisco. “Queremos avançar no gás offshore. Por que os Estados Unidos podem explorar, a Argentina pode e nós não podemos nem conversar sobre a exploração do gás na Bacia do São Francisco?”, questionou.
Em coletiva de imprensa realizada durante a terceira reunião do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, o ministro também defendeu a retomada das discussões sobre energia nuclear no país. “O Brasil tem duas Petrobras enterradas, que é a reserva de urânio. Somos um dos três países no mundo com tecnologia para fazer o enriquecimento do urânio e temos as usinas. É preciso discutir a matriz energética porque energia vai ser o ponto de inflexão do mundo ainda nesta década”, disse o ministro.
O ministro defendeu ainda a criação de contrapartidas sociais para estimular investimentos em fontes alternativas de energia, com o fim de subsídios financeiros para o desenvolvimento desse segmento. Ele observou que os subsídios já concedidos ao setor são pagos pelos consumidores, já que o valor é incluído nas contas de energia. “Colocar o custo na conta do consumidor vai deprimir a economia. Foram dados subsídios para a construção das usinas eólicas e não teve contrapartida [social]. Agora, na minha opinião, cessa a necessidade de subsídio.
Temos que discutir uma contrapartida social para a produção das fontes alternativas de energia”, disse o ministro.
Por Valor Econômico.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/05/27/margem-equatorial-e-compativel-com-prioridade-energetica-do-brasil-diz-silveira.ghtml