Valor total de RAP aceito pelas empresas foi de R$ 282,6 milhões, contra um valor máximo de R$ 553milhões.
O leilão de 3 blocos de linhas de transmissão realizado nesta sexta-feira (27) encerrou com deságio médio de 48,9%. O desconto será aplicado à receita anual que será paga às concessionárias vencedoras, a chamada RAP (Receita Anual Permitida). O valor total de RAP aceito pelas empresas foi de R$ 282,6 milhões, contra um valor máximo de R$ 553 milhões.
A venceu o leilão do Lote 1 de linhas de transmissão, o principal contrato do leilão. A concessão inclui a construção de 780 km de linhas passando por Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Espírito
Santo, e investimentos da ordem de R$ 3 bilhões.
O grupo ofereceu um desconto de 48,14% sobre a Receita Anual Permitida (RAP máxima) anual, ou seja, sobre a remuneração pelo contrato. Com isso, a empresa superou a proposta de outros cinco concorrentes: a fez proposta de 31,67% de deságio sobre a RAP máxima; a ofereceu desconto de 32,46%; o Consórcio Olympus XVIII ( e Perfin) deu lance de 18,18% de deságio; o FIP Warehouse propôs 31% de desconto; e o Consórcio Salmorejo (Cymi e Acciona) fez proposta de 29,2% de desconto.
Segundo o presidente da Engie Brasil, Eduardo Sattamini, a companhia conseguiu fazer uma proposta competitiva por ter conhecimento da região do empreendimento, onde a empresa já atua.
A Engie já tem o financiamento pré-estruturado e propostas firmes das construtoras e fornecedores que atuarão no projeto, disse ele. A oferta prevê a antecipação do prazo para a entrega do empreendimento — o que significa antecipar o recebimento das receitas. Além disso, há expectativa de redução do
volume de investimentos necessário para a construção.
“Temos uma solução de engenharia que reduz o traçado, reduz o peso das torres, mesmo considerando situações climáticas mais adversas. É uma região de ciclones então precisa ter áreas de reforço. Também tem Mata Atlântica, tem Araucária, a gente precisa ter cuidado ambiental. Apesar disso conseguimos ser
competitivos, porque já estamos operando na região. Temos lá Gralha Azul [linha operada pela Engie na região Centro-Sul do Paraná], isso tem custo de operação marginal, porque na verdade vamos ter que agregar mais gente por conta das linhas, mas de resto temos operação compartilhada, a gente conhece
bem a região”, afirmou o executivo a jornalistas após o leilão.
O executivo também afirmou que a vitória no leilão faz parte de uma estratégia de ampliar a participação do segmento de transmissão na receita total da Engie, hoje focada em geração de energia, que representa cerca de 80% do total.
“Com a vinda desse novo ativo futuramente [a participação da transmissão] vai estar com um pouco mais, 25% a 30%. A gente está andando para fazer com que a transmissão fique mais relevante para ter mais equilíbrio, essa foi a estratégia”, disse ele. “A gente tem que ter transmissão como algo relevante, está ganhando relevância aos poucos, temos meta de aumentar a pelo menos 30% do negócio, mas vai alcançar aos poucos, no longo prazo, pode ser que chegue a 40% 50%, depende das oportunidades.”
Os demais lotes do leilão, de porte menores, ficaram com a , que levou o Lote 3, com deságio de 53,45%, e a Cox Brasil conquistou o Lote 4, com desconto de 55,56% sobre a RAP.
Por Valor Econômico.
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/09/27/leilao-dos-3-blocos-de-linhas-de-transmissao-termina-com-desagio-medio-de-4889percent.ghtml