“Será feito um desenvolvimento conjunto, considerando as potencialidades do Brasil e as demandas da indústria brasileira”, diz gerente do MF.
O Ministério da Fazenda divulgou nesta quinta (27/6) uma parceria com o Instituto Fraunhofer, instituição de pesquisa aplicada da Alemanha, para estudar a utilização de hidrogênio verde — obtido a partir da eletrólise da água com energias renováveis — pela indústria.
O insumo é uma alternativa para descarbonizar as indústrias de aço, metais e fertilizantes, além de poder ser aplicado na produção de combustíveis sustentáveis para aviões e navios.
“Importante reforçar que a parceria com o instituto não é para consultoria técnica ou para comprarmos tecnologia desenvolvida na Alemanha. Será feito um desenvolvimento conjunto, de forma colaborativa, considerando as potencialidades do Brasil e as demandas da indústria brasileira”, explica o gerente de Projeto da Secretaria Executiva do MF, Sávia Gavazza.
Segundo o MF, a comitiva contou com integrantes da Vale e Petrobras, duas grandes potenciais consumidoras do hidrogênio de baixo carbono, além da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Não queremos entrar nesse ciclo de venda de commodities. Queremos vender o aço verde e fertilizantes; não só o hidrogênio verde”, afirma Gavazza.
Ainda de acordo com a Fazenda, outros dois acordos foram assinados durante a viajem na semana passada.
Durante a viagem à França, a equipe do PTE assinou acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para desenvolver o Gemmes-Brasil, ferramenta destinada a identificar projetos de transição com maior potencial de geração de empregos e aumento da resiliência macroeconômica.
Já em Londres, o Brasil conseguiu a listagem do seu primeiro bond sustentável na Bolsa de Valores londrina, no valor de US$ 2 bilhões, com prazo de sete anos e rendimento de 6,5%.
Marco do hidrogênio aguarda votação de destaques
O marco regulatório brasileiro para o hidrogênio completou uma semana desde a aprovação do texto-base, com aumento em R$ 5 bilhões do orçamento para subsidiar a nova cadeia industrial, que chegou a R$ 18 bilhões. Ainda faltam os destaques, que normalmente são votados na sequência, mas desta vez foram adiados.
O texto aprovado preocupa a equipe econômica. Uma alteração promovida pelo senador Cid Gomes (PSB/CE) amplia despesas a partir da expansão de Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs).
No plenário, o próprio senador desistiu e o plenário precisa decidir sobre uma emenda para retirar a medida; e outra que ampliar benefícios pela CDE, que são pagos pelas tarifas de energia. Depois retorna para a Câmara.