Evolução das gerações solar e eólica acende alerta no mercado de energia.

Responsáveis por 30,8% da potência total de 215 GW (Gigawatts) do SIN (Sistema Interligado Nacional), as matrizes solar e eólica devem alcançar uma participação de 40,4% em 2028, segundo estimativas apresentadas pelo ONS (Operador Nacional do Sistema). Essa elevação exigirá cortes na energia adicional nos períodos em que o consumo de eletricidade dos imóveis brasileiros não for tão alto. Para evitar que o sistema fique sobrecarregado e as linhas de transmissão atinjam sua capacidade máxima, são necessários investimentos.

O que vai acontecer
Relatório mostra evolução da matriz energética nacional. Projeções do ONS apontam que a capacidade instalada do SIN subirá para 246 GW em 2028. A elevação é prevista com a redução da geração das hidrelétricas (de 101,2 GW para 100,6 GW) e termelétricas (de 24,7 GW para 20,8 GW) nos próximos quatro anos.

Geração a partir de outras fontes superará 50% da matriz. A participação conjunta das fontes solar fotovoltaica e MMGD (Micro e Minigeração Distribuída), atualmente composta quase totalmente por painéis solares, saltará de 17,6% (18,85 GW) para 26,3% (64,5 GW). Também estão previstos avanços da geração em usinas eólicas (de 28,5 GW para 34,7 GW), biomassa (de 15,7 GW para 17 GW) e
pequenas centrais hidrelétricas (de 7,2 GW para 7,8 GW).

Operador Nacional não controla as gerações em alta. O presidente da ABRADEE (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) avalia que cenário acende um alerta. “Se eu tenho um aumento de carga, o ONS coloca em ação as térmicas e as hidráulicas, usinas das quais ele tem o controle. Por outro lado, ele não tem como fazer isso nas usinas eólica e solar”, diz.

Controle do sistema motivará cortes de geração. O ONS avalia que o monitoramento contínuo das informações vai abrir caminho para mais interrupções com a renovação da matriz energética, “As projeções indicam que a necessidade de cortes na geração eólica e fotovoltaica crescerá devido à sobreoferta no meio do dia, no pico de geração das fontes lastreadas em energia solar”, destaca o PEN (Plano da Operação Energética).

ONS admite que corte pode não ser suficiente para eliminar a sobreoferta.
Diante da situação, o relatório destaca a necessidade de ampliar os investimentos para que as distribuidoras “consigam controlar o despacho dos recursos de geração distribuída conectados às suas redes”. Segundo o Operador Nacional, as ações precisam ser discutidas para manter a estabilidade e segurança elétrica.

Ponderações consideram a alteração da geração ao longo do dia. A avaliação leva em conta que o perfil típico das fontes eólica e fotovoltaica eleva a carga disponível durante a tarde, mas ainda vai exigir o apoio das hidrelétricas para o equilíbrio do sistema. Madureira, no entanto, recorda que a evolução dos sistemas limitou a capacidade das hidrelétricas. “A gente tinha hidrelétricas com grandes reservatórios para armazenar em períodos úmidos e em períodos secos. De uns tempos para cá, a construção com usinas com reservatório foram ficando cada vez mais raras”, afirma.

Cortes determinados pelo ONS foram ampliados nos últimos anos. As suspensões foram intensificadas após o blecaute que afetou diversas regiões do Brasil em agosto de 2023, destaca a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), que prevê desperdício de R$ 1,7bilhão nos últimos 15 meses com os cortes.

Possíveis afetados pelos cortes defendem evolução do sistema. Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, cobra a entrada em operação das linhas de transmissão leiloadas pelo governo federal para evitar os cortes estimados para a geração renovável. “Tais cortes ocorrem quando o ONS determina que os geradores desconectem seus empreendimentos como estratégia imediatista para equalizar a demanda e a geração”, explica ele.

Armazenamento em baterias
Sauaia defende a incorporação de tecnologias de armazenamento de energia. Para o presidente da Absolar, o uso de baterias permite que a carga gerada seja utilizada ao longo do dia, conforme a necessidade ou preferência do consumidor. “A eletricidade gerada pode ser aproveitada em momentos de falta ou falha da rede elétrica, bem como em períodos sem disponibilidade de luz solar, como durante a noite ou madrugada”, reforça.

Tecnologia pode ser instalada na geração, transmissão ou distribuição. Com diferentes tamanhos e capacidades de armazenamento, as baterias podem ser inseridas nas diversas fases do sistema elétrico. Sauaia classifica o armazenamento na linha de transmissão como “um colchão de suporte e segurança”. Já na distribuição, as alternativas atendem à média e baixa tensão e abrem caminho até para a substituição dos tradicionais geradores a diesel, a exemplo dos modelos presentes em hospitais.

Modelos têm operação similar à de um celular, explica Sauaia. Ele afirma que as baterias têm vida útil de, em média, entre 10 e 20 anos e sistemas otimizados para armazenar a energia por períodos curtos. “Eles vão encher e esvaziar em períodos curtos, como acontece com a bateria do celular, que é recarregada diariamente”, diz ele.

Por Portal UOL.
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2024/10/24/evolucao-das-geracoes-solar-e-eolica-acende-alerta-no-mercado-de-energia.htm

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