Durante evento em Londres, empresários e analistas citam mercado de carbono, energia solar e hidrogênio.
O mercado de carbono será um tópico fundamental para o Brasil em 2025, quando o país sediará a COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30. O evento será em novembro, em Belém.
A análise é de Luiza Demôro, chefe global de transição energética na BloombergNEF. “O Brasil tem o potencial de ser um dos maiores países em termos de suprimento de mercado de carbono.”
“A gente entende que o país pode entrar em uma posição, muito em breve, para não só influenciar o mercado global, mas influenciar os preços globais do mercado de carbono.”
A fala aconteceu durante painel na Lide Brazil Conference, evento realizado por Folha, UOL e Grupo Lide, nesta terça-feira (29), em Londres.
“Para que essa transição [energética] aconteça, a gente vai precisar de instalação de uma quantidade muito grande de tecnologias. Algumas são tecnologias mais maduras, como a continuação da construção de plantas eólicas e solares, e outras são tecnologias mais novas, como o hidrogênio. Isso representa uma oportunidade de investimento enorme, de trilhões de dólares.”
Nessa linha, Claudio Oliveira, vice-presidente de relações institucionais da Cosan, afirmou que o “mundo precisa de todas as soluções, simultaneamente”.
“Não é hora de criar competições onde de fato elas não existem ou não devem existir.” Em seguida, ele defendeu uma parceria entre o setor privado e autoridades.
Para Elbia Gannoum, CEO da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a transição energética pode ser, para muitos países, um desafio, mas é uma grande oportunidade para o Brasil. “Nós temos os melhores ventos do mundo.”
Isso num contexto em que a meta do carbono zero é inegociável, segundo Hélio Costa, presidente do conselho da Light e ex-ministro das Comunicações.
“Em 50 anos, se nós não resolvermos a questão do carbono, estaremos com as regiões mais produtivas do Brasil, da Europa, dos Estados Unidos, como desertos sem umidade, sem água, sem energia e sem alimentos.”
Também presente, Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil, afirmou, baseado em um estudo da empresa, que o Brasil vai ter um crescimento no consumo de energia. Portanto, todas as formas de energia seriam necessárias.
“A transição energética vai se dar em velocidades diferentes, em lugares diferentes”, disse.
Tratando de outro setor, Thiago Toscano, presidente da Itaminas, afirmou que “o Brasil está muito bem posicionado como o berço da descarbonização da siderurgia”.
O painel foi mediado por Flávia Lima, secretária-assistente de Redação da Folha, e Carlos Marques, presidente do Lide Conteúdo.
Por Folha de S. Paulo.
https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2024/10/especialistas-ressaltam-oportunidades-para-o-brasil-na-transicao-energetica.shtml