Energia:de olho no vento que vem do mar

Projetos para geração offshore já protocolados no Ibama somam 200 GW e estão entre as apostas de petroleiras que têm metas
de descarbonização.

Destaque em energia eólica em parques terrestres no mundo, com fator de capacidade de geração no Nordeste superior a 50%, o dobro da média mundial, o Brasil se prepara para desbravar uma nova fronteira: o potencial dos ventos marítimos.

Enquanto o governo sinaliza com regulação para a área até o fim do ano, empresas se movimentam para investir nesse novo segmento no país. Já há protocolados cerca de 200 gigawats (GW) de projetos no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um exemplo do interesse está na Petrobras, que busca ampliar sua participação em renováveis investindo em eólicas offshore. Liderar a corrida implica, para a estatal, desenvolver equipamentos mais propícios para o Brasil, o que pode elevar a eficiência dos projetos e ampliar a rentabilidade deles.

Em setembro, a Petrobras anunciou já ter solicitado o licenciamento de dez áreas marítimas para a instalação de estruturas de energia eólica com potência de 23 GW. Das dez áreas marítimas, sete ficam no Nordeste (três no Rio Grande do Norte, três no Ceará e uma no Maranhão) – as outras estão no Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Para atingir a ambição de liderar o novo segmento, a estatal firmou parceria com a WEG, fornecedora de motores elétricos, para o desenvolvimento de um aerogerador capaz de produzir 7 megawatts de energia, o maior a ser fabricado no Brasil.

“Isso marca a entrada efetiva da Petrobras no segmento de energia eólica offshore”, diz o presidente da estatal, Jean Paul Prates. Para ele, a parceria representa um marco importante para a empresa, porque aumentará seu conhecimento em tecnologia de energia eólica, além de trabalhar em um equipamento voltado ao mercado brasileiro. O aerogerador terá 220 metros de altura do solo até a ponta da pá – equivalente à altura de seis estátuas do Cristo Redentor – e 1.830 toneladas de peso – correspondente ao peso de cerca de 1.660 carros populares ou 44 Boeings 737. A Petrobras investirá R$ 130 milhões no projeto, que já está em andamento pela WEG. O acordo abrange o desenvolvimento de tecnologias para a fabricação dos componentes do aerogerador adequados às condições eólicas do país –, bem como a construção e testes de um protótipo, com contrapartidas técnicas e comerciais para a Petrobras. A WEG prevê que o equipamento poderá ser produzido em série a partir de 2025.

A energia eólica offshore pode ser liderada pelas petroleiras em um momento em que o pré-sal ganhará destaque nessa década no mundo. Com a exploração gradual da camada pré-sal, o Brasil se tornou um dos oito maiores produtores de petróleo do mundo. A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que a produção mundial de petróleo aumentará em 5,8 milhões de barris por dia até 2028, com cerca de um quarto dessa oferta adicional vindo da América Latina e com destaque para o Brasil. As petroleiras trabalham com metas globais de descarbonização. E as eólicas offshore são uma das apostas delas.

Por Valor Econômico.
https://valor.globo.com/publicacoes/especiais/revista-inovacao/noticia/2023/10/31/energia-de-olho-no-vento-que-vem-do-mar.ghtml

Está gostando? Compartilhe!

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Lages Advocacia
Agronegócio | Direito Ambiental e Urbanístico | Direito Digital e Business Strategy | Direito Imobiliário | Direito Minerário | Direito Tributário

Horário de Atendimento
Segunda-feira a Sexta-feira
8h00 – 12h00 e 14h00 – 18h00

contato@lagesadvocacia.com.br

Podemos ajudar?