Demanda extra por energia solar deve movimentar R$ 2,2 trilhões até 2050, aponta estudo

O setor deve ganhar impulso com a eletrificação da frota de veículos e a produção de hidrogênio verde, de acordo com levantamento feito pelo Portal Solar.

A demanda extra por energia elétrica no Brasil, decorrente da eletrificação da frota de veículos e da produção de hidrogênio verde, deve movimentar o mercado nacional de energia solar em cerca de R$ 2,2 trilhões até 2050, de acordo com estudo feito pelo Portal Solar, franqueadora de projetos fotovoltaicos.

O levantamento foi feito a partir de cruzamento de dados oficiais e projeções de entidades setoriais, órgãos de governo e institutos internacionais. Os dados dizem que a energia solar deve ser protagonista nesse cenário de demanda adicional que virá nas próximas três décadas, tendo a necessidade de adicionar cerca de 540 GW em sistemas fotovoltaicos. Esse total se divide tanto entre sistemas de grande porte (centralizados), de geração própria — que, em sua maioria, são feitos a partir de pequenos terrenos e telhados (distribuídos) —, bem como de aplicações de baterias para armazenamento.

“Em razão de exigências ambientais, custos de investimentos e possibilidade de geração elétrica próxima ou junto ao local de consumo, a energia solar fotovoltaica se posiciona, portanto, como a tecnologia mais viável para atender esse crescimento de demanda”, diz o CEO do Portal Solar, Rodolfo Meyer.

Hoje a energia solar é a fonte que mais cresce no Brasil, com quase 30 GW de capacidade instalada, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por conta principalmente dos subsídios dados ao setor. Soma-se a isso a queda do preço dos painéis solares em cerca de 90% no mercado global na última década.

A sanção do marco legal da geração própria de energia, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, criou um senso de urgência no desenvolvimento de novos projetos nessa área no país.

O setor viveu uma “corrida pelo sol” para garantir a gratuidade da cobrança da tarifa de uso da rede das distribuidoras, a chamada Tusd. A pressa se explica porque os empreendimentos que pediram conexão à rede elétrica até 12 meses depois da sanção da nova lei continuam isentos da cobrança da Tusd até 2045. O novo marco instituiu a cobrança gradual dessa taxa, a partir de 7 de janeiro de 2023, até chegar a 29% em 2030.

O peso da eletrificação da frota, das baterias e do hidrogênio verde

O estudo aponta que a transição energética total da atual frota de veículos circulantes do Brasil traria uma demanda adicional de 403 terawatts-hora por ano (TWh/ano), um volume que se aproxima da capacidade total de geração energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) mostram que a frota de veículos elétricos do país saltou de 77 mil para 126 mil entre 2021 e 2022. A associação reporta também que, no primeiro trimestre de 2023, as vendas desses veículos cresceram 55% em relação ao mesmo período do ano passado, levando a frota para mais de 140 mil carros em circulação.

Segundo Meyer, apesar de pequeno, o mercado brasileiro tem uma curva de crescimento que se assimila à registrada em revoluções tecnológicas anteriores, como nos mercados de chips, internet, smartphones e painéis solares.

“Uma vez que todos os grandes fabricantes automotivos já estão colocando em prática a migração de suas linhas de produção para veículos elétricos, a transição da frota de veículos se torna iminente no mundo, incluindo no Brasil”, diz o executivo.

Paralelamente a isso, as tecnologias de carregamento também avançaram em ritmo acelerado. Dados da Agência Internacional de Energia (IEA), em 2022, mostram que mais de 900 mil pontos de carregamentos públicos foram instalados globalmente, aumento de 55% em relação a 2021.

Por fim, o potencial de crescimento do hidrogênio verde, ou seja, aquele produzido a partir de fontes de energia renovável, pode tornar o Brasil o maior produtor do mundo. O país reúne as condições ideais para produzir em escala a energia que faltava para pavimentar a transição para uma economia de baixo carbono, como ampla oferta de energias renováveis, custo marginal baixo e potencial de produção muito além do que o mercado interno pode absorver.

Fonte e Imagem: Valor Econômico.
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