A companhia tem a meta global de alcançar 50 GW de capacidade em renováveis até 2025 e a 80 GW em 2030.
A Engie está investindo R$ 10 bilhões em três projetos de energia renovável no Brasil, dois de eólicas e um solar, segundo o presidente da companhia no Brasil, Mauricio Bähr. Entre os eólicos, um deles, o de Santo Agostinho (RN), atinge metade da operação em agosto e deve chegar à totalidade no fim deste ano, com capacidade de 434 MW.
“Somando com os outros projetos, a eólica da serra do Assuruá, na Bahia, e o Assu Sol, também no Rio Grande do Norte, teremos 2 mil MW total de capacidade nova instalada no Brasil”, disse o executivo durante o Engie Day. Os três projetos ainda vão consumir investimentos por mais cerca de dois anos, explica o presidente.
A Engie tem a meta global de alcançar 50 GW de capacidade em renováveis até 2025 e a 80 GW em 2030. No Brasil, para além desses três projetos, a companhia ainda busca quais serão os demais projetos de energia renovável que vão entrar no portfólio. “O Brasil é a Disneylândia das energias renováveis”, afirma Bähr.
O desafio para avançar em renováveis no país, exemplifica o executivo, é a cadeia de suprimentos, já que muitos dos materiais para solares e eólicas são importados. “Existe dificuldade logística, outras questões quanto à tecnologia. Acreditamos que o Brasil tem mais capacidade de produzir pás eólicas, por exemplo. E caso o país não absorva essa capacidade fabril que seja exportado.”
Projetos de hidrogênio verde e de eólicas offshore também estão no pipeline de projetos da Engie para o Brasil. “Temos uma parceria com a Ocean Winds, junto com a EDP, dedicada a eólicas offshore. A Ocean Winds já atua em diversos lugares no mundo. Temos interesse em acompanhar o marco regulatório no Brasil e queremos ver como vai evoluir. Mas acreditamos que agora o momento ainda é muito inicial, já que ainda há muito potencial para desenvolver em terra, que é mais barato. A médio e a longo prazos, a eólica offshore ainda vai acontecer.”
O presidente da Engie no Brasil comentou também sobre os planos da companhia para linhas de transmissão, após arrematar um dos lotes no último leilão. “Estamos em fase de assinar contrato, estamos em fase final de avaliação do capital investido nos 10 mil km de linhas”.
Sobre os próximos leilões, Bähr afirma que a companhia tem interesse em participar, mas sem dar mais detalhes.
O gerente de regulação da Engie Brasil, Leandro Xavier, disse que a geração da Engie no Brasil no ano passado correspondeu a 6% de tudo o que foi produzido no país. “Nosso portfólio no Brasil é 100% renovável”, disse.
Quanto à abertura do mercado elétrico, o executivo pontuou que a companhia já se prepara para isso há alguns anos e monitora novas oportunidades. “Ano que vem teremos a abertura para os consumidores de alta tensão. Queremos que isso chegue aos de baixa tensão logo também. Mas para isso, precisamos de uma regulação adequada.”
Por Valor Econômico.
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