Executivos do setor financeiro citam potencial da região para ajudar na descarbonização.
Os mercados emergentes podem apontar caminhos para investimentos no mundo, em especial a América Latina, diante do potencial que a região tem para impulsionar a transição energética global. A afirmação foi feita por executivos de bancos e instituições financeiras no FII Priority Summit, encontro internacional de líderes e executivos no Rio.
“A transição energética não é algo novo para o Brasil, o país está na vanguarda disso. Uma coisa que a América Latina pode fazer é impulsionar o que já tem. Na região, a média [de descarbonização da matriz energética] é maior do que no resto do mundo. Isso significa eletricidade verde, mas também redução de emissões”, disse o diretor administrativo do Goldman Sachs, John Greenwood.
Ele destacou a importância da América Latina no mercado de commodities, uma vez que a região tem a maior parte das reservas dos chamados “metais críticos”, fundamentais para a eletrificação de frotas e descarbonização. “Se estamos falando de transição energética, a América Latina está nessa liderança. Muitos países têm metas de carbono zero até 2030-2040 e eles não vão conseguir fazer isso sozinhos, vão precisar de créditos de carbono que existem aqui”, pontuou Greenwood.
O vice-presidente executivo e diretor de investimentos da Templeton Global Macro, Michael Hasenstab, observou que os investidores muitas vezes resumem os mercados emergentes à China. “Isso não é verdade, a China tem uma influência, mas não é tudo. Lugares como Índia, Brasil, México, Vietnã são exemplos proeminentes”, disse.
No mesmo painel, o diretor de desenvolvimento nacional do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, Jerry Todd, destacou que, entre os setores mais atrativos em países emergentes, estão infraestrutura, digitalização, automação, manufatura e energias verdes. Para ele, uma das formas de despertar o interesse de investidores nestes mercados é gerar confiança. “É preciso falar com clareza”, disse.
O co-fundador e diretor-presidente do Patria Investments, Alexandre Saigh, acrescentou que as economias emergentes estão crescendo a uma velocidade mais rápida do que as demais. “Em 25 anos, acho que teremos grandes resultados dos países em que investimos, como Brasil, Peru, Chile e México”, projetou.
Por Valor Econômico.
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2024/06/13/america-latina-pode-apontar-caminho-para-transicao-energetica.ghtml