A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Gannoum, reconheceu que o setor passa por uma crise. Ela atribui o momento aos subsídios do setor, como aqueles para geração distribuída (GD), que aumentam a oferta da fonte sem planejamento adequado.
“Pela primeira vez na vida, nós estamos em crise. Nós temos uma cadeia de produção nacional, só que não há assinatura de PPA porque o PLD está baixíssimo”, disse Gannoum em evento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), realizado nesta sexta-feira, 28 de junho, no Rio de Janeiro.
Para ela, o incentivo à GD leva a tarifas mais altas para o consumidor e a desafios operacionais. “Você não sabe exatamente qual é a oferta de energia que você tem. Nós estamos com sobreoferta estrutural, mas de quanto? Qual é a garantia física do sistema? A incerteza é muito grande, e ela é associada à perversidade dos nossos modelos”, declarou.
Custos de eólicas o shore
Mesmo assim, Elbia Gannoum aposta que as eólicas offshore podem ter seu custo reduzido até que os projetos possam efetivamente ser
implementados no Brasil.
“Offshore não é agora. E o que nós estamos vendo é que o custo da eólica offshore nos últimos três anos caiu 40%. Então, quando eu for fazer um projeto efetivamente em 2027, 2028, qual será este custo? Tende a cair”, avaliou.
Considerando o prazo mais longo para a efetivação de projetos, a presidente da Abeeólica cobrou medidas para viabilizar a discussão
destes empreendimentos no país, que ainda não tem regulação firmada sobre o tema.
“O amanhã está sendo decidido agora. Tem muita gente querendo investir, e quando falamos em investimentos em energia pela offshore,
eu estou falando de tomar uma decisão, de aprovar também no Congresso hoje, para ter um projeto em 2030, 2032”, ponderou.