Setor enfrenta desafios como fortalecimento do Finame e busca por protagonismo na industrialização verde.
Durante a abertura do Brazil Windpower 2023, realizada na manhã desta terça-feira, 12 de setembro, em São Paulo (SP), o presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias, Fernando Elias, revelou que a fonte eólica será o principal meio para alavancar a transição energética e tornar o pais líder no processo. De acordo com ele, está nas mãos de todos criar um ambiente seguro para os novos investimentos em commodities verde que virão. Para ele, nem os EUA ou os demais países do G-20 tem um grid tão limpo e competitivo quanto o brasileiro, o que desestimula qualquer tipo de hesitação, executando as boas intenções em ações de fato. “Temos que tirar os projetos do papel. o Brasil
deve ser protagonista e não coadjuvante”, avisa. O Brazil Wind Power é realizado pelo Grupo CanalEnergia/Informa Markets em parceria com a ABEEólica e GWEC.
Elias lembrou ainda dos avanços da fonte nos últimos anos, representado pelas novas tecnologias de eólica offshore, hidrogénio verde e baterias. Elias salientou que as eólica geraram cerca de 200 mil empregos entre 2011 e 2020. Apesar do panorama positivo, o presidente do conselho da associação salientou que há desafios para os agentes, como o do conteúdo local, que hoje não se mostra vantajoso. “O Finame está enfraquecido, precisamos fortalecê-lo”, afirma. As assimetrias tributárias foram incluídas no escopo, assim om o problemas em créditos de ICMS e PIS/COFINS. Os geradores, com o fim de incentivos, a sobre oferta de energia e o descompasso entre a transmissão e a geração de energia, também foram citados. Para ele, a reforma tributária poderia ser uma oportunidade para o debate de temas caros ao setor.
A presidente-executiva da ABEEólica, Élbia Gannoum, elogiou a disposição do governo em prol de executar uma transição energética justa. Para ela, a indústria eólica, rebatizada de indústria de soluções energéticas, será capaz de trazer desenvolvimento ao Brasil. Ela citou ainda a contribuição das eólicas à economia nacional. O impacto do PIB no Nordeste foi de 21%, enquanto o Índice de Desenvolvimento Humano municipal na região melhorou o mesmo percentual. Cada real investido em eólica, devolve R$ 2,9 ao PIB. O papel do aspecto tecnológico dentro do processo de transição não foi esquecido pela executiva. “Temos que pensar nos investimentos e todo o efeito multiplicador que ele é capaz trazer para a economia”, observa.
Ainda segundo ela, o país passa por um momento único de ‘neoindustrialização verde’, termo criado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. “A oportunidade é agora, a resposta está nos investimentos em energia eólica onshore, offshore, hidrogênio verde e as tecnologias associadas”, aponta a presidente executiva da associação. Sando YamaMoto, ex-diretor técnico
da ABEEólica e que agora atua na Renova Energia, foi contemplado om o prêmio de Embaixador dos Ventos, que toda edição do evento é entregue a um personalidade do setor.