O recado foi dado durante o breve encontro que os dois tiveram no Palácio do Planalto, antes da abertura do ano legislativo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou ao novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), nesta segunda-feira, que seu governo vai trabalhar para destravar “logo” a exploração de poço de petróleo localizado na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem . O recado foi dado durante o breve encontro que os dois tiveram hoje, no Palácio do Planalto, antes da abertura do ano legislativo.
Segundo fontes do Valor que acompanharam a conversa, Lula teria admitido que a exploração do petróleo na região “precisa” ser feita o quanto antes. A questão é um tema caro a Alcolumbre porque tende a beneficiar principalmente o Amapá, Estado que é berço político do presidente do Senado e fica próximo à região da Margem Equatorial.
No início deste ano, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), também declarou publicamente que espera que o assunto avance neste ano de 2025. “Tenho confiança de que a exploração da Margem saia este ano sanou todas as dúvidas do Ibama. Isso não é uma questão ideológica, é uma questão mercadológica”, disse Silveira.
O tema está travado desde o ano passado, quando técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) assinaram um parecer no qual recomendaram manter a negativa à emissão de uma licença ambiental para a perfurar o poço em questão. A decisão do Ibama irritou Alcolumbre e outros parlamentares da Região Norte.
Além disso, o assunto tem colocado Ibama e Ministério do Meio Ambiente em lado oposto ao do Ministério de Minas e Energia e da , que defendem a exploração de petróleo na região. O motivo é que o parecer dos técnicos do Ibama
foi referendado pelo presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que se posicionou contra a exploração de petróleo naquela área. Desde então, Lula tem tentado se equilibrar entre o discurso pró-meio ambiente e a visão desenvolvimentista do seu governo.
Questionado recentemente sobre a possibilidade de o Ibama apresentar novos entraves à exploração do produto, Alexandre Silveira minimizou essa chance. “Eu espero que os entraves apresentados estejam em acordo com a legislação”.