Sistemas de medição serão instalados em unidades no Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo; dados serão coletados ao longo de três anos.
A Petrobras vai instalar seis novos dispositivos de medição de vento em plataformas, que vão avaliar a viabilidade dos novos parques eólicos offshore que a estatal planeja construir no Brasil. Os sistemas de medição LiDAR (Light Detection and Ranging) serão instalados em unidades no Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo, informou a estatal nesta quinta-feira, 31.
“Os equipamentos integram novas campanhas de medição eólica, que serão realizadas ao longo de três anos. Os dados coletados permitirão a elaboração de uma avaliação detalhada em diferentes áreas do País com elevado potencial para desenvolvimento de parques eólicos offshore”, disse a companhia, informando que os sensores serão alimentados por placas solares ou pelos sistemas das próprias plataformas.
O sensor óptico LiDAR utiliza feixes de laser para medir a velocidade e direção do vento, de 30 a 200 metros de altura, gerando dados compatíveis com o ambiente de operação das turbinas eólicas.
O primeiro equipamento foi instalado e está operando na plataforma fixa PAG-2 no Rio Grande do Norte, que há dez anos havia recebido a primeira torre anemométrica no mar do Brasil, o que permitiu a demonstração do potencial de utilização da tecnologia LiDAR para medição do vento em plataformas e a elaboração do primeiro Atlas do Potencial Eólico Offshore na região, que era o objetivo da pesquisa. Os outros cinco sensores serão instalados ao longo dos próximos 12 meses.
A Petrobras instalou em 2013 a primeira torre anemométrica do País em ambiente offshore. A torre de 85 metros foi colocada inicialmente na Plataforma PAG-02, no Rio Grande do Norte, e posteriormente em três outras plataformas no Rio Grande do Norte e Ceará. Além de avaliar o perfil de velocidade do vento, essencial para a definição da altura de instalação dos aerogeradores, o teste de campo validou a capacidade de medição do LiDAR, informou a Petrobras.
“A instalação do LIDAR na PAG-2, há uma década, mostra que a Petrobras é uma empresa inovadora, que sempre buscou superar a barreira do conhecimento. Estamos focados no que há de mais moderno em tecnologias para produção de energias e investimos em pesquisa e desenvolvimento, ligadas à transição energética justa e inclusiva, visando o futuro da companhia”, disse em nota o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Ele afirmou ainda que o mundo está seguindo na direção da energia renovável e que o propósito da empresa é abrir uma nova fronteira de energia limpa e renovável no Brasil, aproveitando a expressiva diversidade de fontes energéticas do País.
Menos custos
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, explica que além de ser mais ágil, a instalação dos equipamentos em plataformas da companhia reduz custos.
“A campanha de medição é a primeira etapa para o desenvolvimento de projetos de energia eólica e o uso de equipamentos instalados nas plataformas fixas traz maior agilidade e menores custos aos estudos que, nesse caso, dispensam a instalação de torres anemométricas ou boias”, afirmou Tolmasquim.
Os dados obtidos, informou o diretor, permitirão definir o potencial para implantação de um parque eólico e, uma vez que ocorra um processo para outorga dos direitos sobre a área para geração de energia, o projeto de engenharia e escolha das tecnologias mais adequadas.
Além da nova iniciativa, em seis plataformas em águas rasas, na Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1), na Bacia de Campos, uma campanha de medição por LiDAR está em curso desde 2020. A PRA-1 está instalada em local com cerca de 100 metros de profundidade, a 120 km do litoral.
“As medições na PRA-1 permitirão aprimorar o conhecimento das características de longo prazo do vento, em uma região com muitas sinergias com as atividades de E&P da companhia”, informou a Petrobras.
A expectativa do mercado é de que o marco regulatório da geração de energia eólica offshore seja definido ainda este ano e os primeiros projetos entrem em operação no início da próxima década.
Por Estadão.
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